«Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição. Porque em verdade vos digo: Até que passem o céu e a terra, não passará um só jota ou um só ápice da Lei, sem que tudo se cumpra.
Portanto, se alguém violar um destes preceitos mais pequenos, e ensinar assim aos homens, será o menor no Reino do Céu. Mas aquele que os praticar e ensinar, esse será grande no Reino do Céu.
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Jesus deixa bem claro que não vem acabar com a lei ou com os ensinamento dos profetas mas sim dar-lhe um sentido mais completo. Com especial atenção para este tempo de quaresma vem-nos pedir que nos entreguemos a ele de coração aberto, para possamos transportar o maior dos ensinamentos (Amai-vos uns aos outros como Ele nos Amou) a todos os que nos rodeiam e deste modo, se possa cumprir a sua vontade de sermos grandes no Reino do Céu.
Senhor ajudame a amar o meu próximo e a saber perdoá-lo, assim como tens feito comigo incansávelmente todos os dias.
Senhor ajuda-me a cumprir os teus ensinamentos e a testemunhá-los sem vergonha, sem preconceitos, sem preguiça.
Senhor ajuda-me a abrir o meu coração para ti e para todos os que me rodeiam, tendo o teu amor como principio e como meta.
Evangelho segundo S. Mateus 18,21-35. Então, Pedro aproximou-se e perguntou-lhe: «Senhor, se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe deverei perdoar? Até sete vezes?»
Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Por isso, o Reino do Céu é comparável a um rei que quis ajustar contas com os seus servos.
Logo ao princípio, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.
Não tendo com que pagar, o senhor ordenou que fosse vendido com a mulher, os filhos e todos os seus bens, a fim de pagar a dívida.
O servo lançou-se, então, aos seus pés, dizendo: 'Concede-me um prazo e tudo te pagarei.’
Levado pela compaixão, o senhor daquele servo mandou-o em liberdade e perdoou-lhe a dívida.
Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, apertou-lhe o pescoço e sufocava-o, dizendo: 'Paga o que me deves!’
O seu companheiro caiu a seus pés, suplicando: 'Concede-me um prazo que eu te pagarei.’
Mas ele não concordou e mandou-o prender, até que pagasse tudo quanto lhe devia.
Ao verem o que tinha acontecido, os outros companheiros, contristados, foram contá-lo ao seu senhor.
O senhor mandou-o, então, chamar e disse-lhe: 'Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias, porque assim mo suplicaste;
não devias também ter piedade do teu companheiro, como eu tive de ti?’
E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos até que pagasse tudo o que devia.
Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar ao seu irmão do íntimo do coração.»
Da Bíblia Sagrada
Bom dia arriscados,
Quantas vezes não somos o servo que Jesus ilustra na sua parábola?! Quantas vezes pedimos perdão ao Senhor e ele está sempre disponível para nos perdoar?! Quantas vezes por seu lado não conseguimos perdoar, ou melhor, esquecer por completo o que o nosso irmão nos fez?! Oiço muitas pessoas dizerem..."eu perdoar até perdoo, mas esquecer não esqueço..." será isto perdoar? será esse o perdão que o nosso Pai celeste nos concede?
Perdoar exige uma atitude de totalidade, é um perdão sem ses, sem condições!
Desafio a que todos nós rezemos um Pai Nosso e demos especial atenção à parte: "Perdoai-nos Senhor as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido"
E que esta frase seja também um lema, um desafio para a nossa Quaresma.
Evangelho segundo S. Lucas 4,24-30. Acrescentou, depois: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua pátria.
Posso assegurar-vos, também, que havia muitas viúvas em Israel no tempo de Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra;
contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas sim a uma viúva que vivia em Sarepta de Sídon.
Havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi purificado senão o sírio Naaman.»
Ao ouvirem estas palavras, todos, na sinagoga, se encheram de furor.
E, erguendo-se, lançaram-no fora da cidade e levaram-no ao cimo do monte sobre o qual a cidade estava edificada, a fim de o precipitarem dali abaixo.
Mas, passando pelo meio deles, Jesus seguiu o seu caminho.
Jesus, ajuda-me nesta Quaresma a saber receber bem os profetas da minha casa, da minha família, do meu trabalho, do meu dia... Quero ser mais parecida conTigo: que sejam cada vez menos as vezes em que me encho de furor e cada vez mais as vezes em que passando no meio deles, sigo o Teu caminho.
«Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para vos tornardes notados por eles; de outro modo, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está no Céu. Quando, pois, deres esmola, não permitas que toquem trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: Já receberam a sua recompensa. Quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua direita, a fim de que a tua esmola permaneça em segredo; e teu Pai, que vê o oculto, há-de premiar-te.» «Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no quarto mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, há-de recompensar-te. «E, quando jejuardes, não mostreis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto para que os outros vejam que eles jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que o teu jejum não seja conhecido dos homens, mas apenas do teu Pai que está presente no oculto; e o teu Pai, que vê no oculto, há-de recompensar-te.»
É fácil (pelo menos para mim!) cair no erro de encarar a Quaresma como mais uma oportunidade de traçar planos de perfeição. No entanto, esquecemo-nos que aquilo que nos basta é olhar Cristo nos olhos. A nossa grandeza não está naquilo que conseguimos - está na abertura infinita do nosso coração.
"(...) a Quaresma é o tempo da segurança; o tempo do amor, porque percebemos que alguém nos ama. Está-se livre de todo o peso, em virtude do perdão. Penetra em nós a letícia de nos sabermos objecto da sua salvação.
Podemos olhar-nos a nós próprios com esperança. Esse é o verdadeiro jejum, porque implica olhar só para Ele. Só para Ele que nos salva. Por isso penitência e jejum são muito mais o realizar-se do amor do que o privar-se de algo." (D. Giussani)
Evangelho segundo S. Marcos 7,24-30. Partindo dali, Jesus foi para a região de Tiro e de Sídon. Entrou numa casa e não queria que ninguém o soubesse, mas não pôde passar despercebido, porque logo uma mulher que tinha uma filha possessa de um espírito maligno, ouvindo falar dele, veio lançar-se a seus pés. Era gentia, siro-fenícia de origem, e pedia-lhe que expulsasse da filha o demónio.
Ele respondeu: «Deixa que os filhos comam primeiro, pois não está bem tomar o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos.»
Mas ela replicou: «Dizes bem, Senhor; mas até os cachorrinhos comem debaixo da mesa as migalhas dos filhos.»
Jesus disse: «Em atenção a essa palavra, vai; o demónio saiu de tua filha.»
Ela voltou para casa e encontrou a menina recostada na cama. O demónio tinha-a deixado.
Da Bíblia Sagrada
Do comentário de São João Crisóstomo (c. 345-407): “Esta mulher, uma estrangeira, uma bárbara sem nenhuma relação com a comunidade judaica, o que era se não uma cadela indigna de obter que pedia? «Não está bem tomar o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos.» No entanto, a sua perseverança fez com que merecesse ser atendida. À que era apenas uma cadela, Jesus elevou-a à nobreza dos filhos pequenos...”
Inspirados por esta oração humilde e perseverante, peçamos neste dia, 11 de Fevereiro, dia de Nossa Senhora de Lourdes, esta capacidade que muitas vezes nos falta, para em nome Dele, construirmos o Reino aqui e agora.