quarta-feira, outubro 31, 2007

Reconhecer desde já a porta aberta

S. Simeão, o Novo teólogo (c. 949 - 1022), monge ortodoxo
Hino 53

Reconhecer desde já a porta aberta


Vê, ó Cristo, a minha angústia,
vê a minha pouca coragem,
vê como me faltam as forças,
vê também a minha pobreza,
vê a minha fraqueza
e tem piedade de mim, ó Verbo!
Brilha agora sobre mim, como outrora,
e esclarece a minha alma, ilumina os meus olhos
para que te vejam, ó luz do mundo (Jo 8,12),
tu que és a alegria, a felicidade,
a vida eterna,
as delícias dos anjos,
tu que és o Reino dos céus
e o Paraíso,
a coroa dos justos,
o seu Juiz e o seu Rei.
Porque escondes o teu rosto?
Porque te afastas de mim,
tu, que és o meu Deus
e que nunca te queres afastar
dos que te amam?
Porque foges de mim, porque me queimas,
porque me feres e ma esmagas?
Tu sabes que te amo
e te busco com toda a minha alma.
Revela-te, como prometeste...

Abre-me de par em par
a sala do banquete, meu Deus;
sim, não feches a porta
da tua luz, ó meu Cristo!

«Será que imaginas, ó filho dos homens,
que me podes forçar com as tuas palavras?
Que dizes tu, insensato?
Que eu escondo o meu rosto?
Será que desconfias, um pouco que seja,
que eu te ia fechar as portas e os batentes?
Será que suspeitas
que alguma vez me afaste de ti?
Que dizes tu?
Que eu te inflamo, te queimo, te esmago?
Verdadeiramente, as tuas palavras não são justas
e justo também não é o teu pensamento.
Escuta antes as palavras
que agora te vou dizer:
Eu era luz, mesmo antes de ter criado
todas as coisas que tu vês.
Estou em toda a parte, estava em toda a parte,
e, como como fiz toda a criatura,
estou em toda a parte e em tudo...

Considera os meus benefícios,
observa os meus desígnios,
aprende quais são os meus dons!
Manifestei-me ao mundo
e manifestei o meu Pai,
derramei em abundância
o meu santíssimo Espírito
sobre todo o ser vivo, sem excepção.
Revelei o meu nome
a todos os homens
e disse-lhes, pelas minhas obras,
que eu sou o criador,
que sou o autor do mundo.
Mostrei-o e mostro agora
tudo o que era preciso fazer.»

terça-feira, outubro 30, 2007

Grão de trigo

Pois é peregrinos,

Hoje só "postei" no p.m. do dia.

Boas pessoas. Más pessoas. Pessoas más que, potencialmente são boas...

Acredito que, contra as evidências, se as pessoas são boas, se sentimos que no fundo elas o são, mas não sabem sê-lo, devemos, primeiro e mais importante, acreditar nelas e, segundo, ajudá-las. Nem que seja para nosso bem, no sentido em que ao ajudar uma pessoa a melhorar-se, ao ouvir as dicas que lhe damos, há sempre qualquer coisa que fica... e se as queremos ensinar, temos de dar o exemplo.

O grão de trigo tem de morrer na terra para dar fruto. Nós somos os agricultores e os pássaros que semeiam e dão vida. Porque sair da escuridão para a qual o Mundo nos puxa e "ver a Luz", que não é nada mais que AMOR, é renascer.



S. Máximo de Turim (? - cerca 420), bispo

Sermão 25

“Se o grão de trigo, lançado na terra, não morrer, fica só, como é; mas, se morrer, produz abundante fruto” (Jo 12,24)


“Um homem tomou um grão de mostarda e lançou-a no seu jardim; ela desenvolveu-se e tornou-se uma árvore, e os pássaros do céu abrigam-se nos seus ramos”. Procuremos a quem se aplica tudo isto…Penso que a comparação se aplica muito justamente a Cristo nosso Senhor que, nascendo na humildade da condição humana, como um grão, sobe finalmente ao céu como uma árvore. Ele é grão, o Cristo esmagado na Paixão; ele torna-se uma árvore na ressurreição. Sim, ele é uma semente quando, esfomeado, ele sofre por faltar o alimento; ele é uma árvore quando, com cinco pães, sacia cinco mil pessoas (Mt 14,13s). Lá ele sofre a carência da sua condição de homem, aqui ele derrama a saciedade pela força da sua divindade.

Eu diria que o Senhor é grão assim que ele é batido, desprezado, injuriado; ele é árvore quando dá a vista aos cegos, quando ressuscita os mortos e perdoa os pecados. Ele próprio reconhece que é grão: “Se o grão de trigo lançado na terra não morrer…”(Jo 12,24)

segunda-feira, outubro 29, 2007

Rezem uns pelos outros.

sexta-feira, outubro 26, 2007

Tropeçar...

Bom dia.

S. O. S.

Carta aos Romanos 7,18-25.

Sim, eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita coisa boa; pois o querer está ao meu alcance, mas realizar o bem, isso não. É que não é o bem que eu quero que faço, mas o mal que eu não quero, isso é que pratico. Ora, se o que eu não quero é que faço, então já não sou eu que o realizo, mas o pecado que habita em mim. Deparo, pois, com esta lei: em mim, que quero fazer o bem, só o mal está ao meu alcance. Sim, eu sinto gosto pela lei de Deus, enquanto homem interior. Mas noto que há outra lei nos meus membros a lutar contra a lei da minha razão e a reter-me prisioneiro na lei do pecado que está nos meus membros. Que homem miserável sou eu! Quem me há-de libertar deste corpo que pertence à morte? Graças a Deus, por Jesus Cristo, Senhor nosso! Concluindo: eu sou o mesmo que, com o espírito, sirvo a lei de Deus e, com a carne, a lei do pecado.

O querer está ao meu alcance... mas realizar o bem, isso não?
Ler isto depois de uma queda fenomenal no meu percurso é pior do que uma chapada vinda do nada... e só me apetece esticar a cara para levar mais.

Sim, eu sei, que em mim, na minha carne, não habita coisa boa e que posso querer seguir o caminho de Deus, do amor, mas realizar o bem, isso não está ao meu alcance?

Pois não. E toca novamente a música Sozinho eu não posso mais... Está bem. Percebido.
Por Deus, mas tem de ser com Deus. Mas é difícil (grande novidade).

Ora, se o que eu não quero é que faço, então já não sou eu que o realizo, mas o pecado que habita em mim.

Então? A culpa não é minha, mas do pecado que habita em mim? É o caroço da maçã que está aqui entalado...

Que homem miserável sou eu! Quem me há-de libertar deste corpo que pertence à morte?

Quem me há-de libertar? Sou eu, com a minha força? Não, pequenina, só com plena confiança no Pai. Porque não lhe estendo a mão? Este perdão infinito quase dói mais do que se não me perdoasse. Quem sou eu para me condenar...

Graças a Deus, por Jesus Cristo, Senhor nosso! Concluindo: eu sou o mesmo que, com o espírito, sirvo a lei de Deus e, com a carne, a lei do pecado.

Aceita-se, desesperadamente, uma Palavra do céu. Peregrinos que tal dar aqui uma ajuda a esta peregrina caída no caminho?

quinta-feira, outubro 25, 2007

Hoje a Igreja celebra : S. Crispim e S. Crispiniano

Bom dia peregrino Crispim!
Quando na noite de 24 de Dezembro dois irmãos, Crispim e Crispiniano fugiam às perseguições, fartaram-se de bater às portas das casas, mas ninguém lhes deu abrigo.

Acolheu-os, numa cabana escondida no bosque, quase a desmoronar-se, uma viúva que vivia miseravelmente com o filho. Deu-lhes uma tigela de caldo de couves e dois pedaços de pão negro.

Contentes, os dois irmãos, que eram sapateiros, pediram a deus que recompensasse a generosidade da viúva.

Crispim viu a um canto um par de socos velhos do rapazinho. Fez deles um par novo e colocou-os à beira da pedra da lareira, enquanto a viúva e o filho dormiam. Quando acordaram repararam que os dois hóspedes tinham desaparecido e na lareira estava um par de socos novos, cheios de moedas de ouro.

Segundo a lenda, desde o século III, todas as crianças põem os socos na lareira, na esperança de que se repita o milagre feito pelos santos padroeiros dos sapateiros, S.Crispim e S. Crispiniano.

terça-feira, outubro 23, 2007

Dia-a-dia

Bom dia peregrinos!
As provas são constantes. Mas, para ultrapassá-las e saboreá-las, isto é, não passarem em vão sem nos ensinarem alguma coisa sobre nós e sobre a nossa fé, e sem que agradecamos a Deus a força que nos concedeu para persistir, tem de ser constante a lembrança da Agonia de Jesus No Horto das Oliveiras, a Sua Flagelação e Coroação de Espinhos e a Sua Crucificação e Morte (Mistérios de hoje... Dolorosos). Não para relativizarmos a nossa dor e esforços, mas para apreciarmos a entrega de Jesus por nós
por meio de um só, Jesus Cristo, hão-de reinar na vida aqueles que recebem em abundância a graça e o dom da justiça e daí retirarmos força para continuar, com ALEGRIA e OLHOS DE AMOR!

Um óptimo dia!

Carta aos Romanos 5,12.15.17-19.20-21.

Por isso, tal como por um só homem entrou o pecado no mundo e, pelo pecado, a morte, assim a morte atingiu todos os homens, uma vez que todos pecaram... Com efeito, o que se passa com o dom gratuito não é o mesmo que se passa com a falta. Se pela falta de um só todos morreram, com muito mais razão a graça de Deus, aquela graça oferecida por meio de um só homem, Jesus Cristo, foi a todos concedida em abundância. De facto, se pela falta de um só e por meio de um só reinou a morte, com muito mais razão, por meio de um só, Jesus Cristo, hão-de reinar na vida aqueles que recebem em abundância a graça e o dom da justiça. Portanto, como pela falta de um só veio a condenação para todos os homens, assim também pela obra de justiça de um só veio para todos os homens a justificação que dá a vida. De facto, tal como pela desobediência de um só homem todos se tornaram pecadores, assim também pela obediência de um só todos se hão-de tornar justos. A lei interveio para aumentar a falta, mas, onde aumentou o pecado, superabundou a graça. E deste modo, tal como o pecado reinou pela morte, assim também a graça reina pela justiça até à vida eterna, por Jesus Cristo, Senhor nosso.

segunda-feira, outubro 22, 2007

Reza muito!

Bom dia peregrinos,

O Evangelho de ontem (para quem não conseguiu ouvir devido a problemas de som/concentração), foi sobre a importância de rezar muito e dos bons hábitos (o comentário que segue o Evangelho é muito elucidativo).

Depois, comentário ao Evangelho de hoje, que fala sobre a verdadeira riqueza: o AMOR, feito por Sto. Agostinho.
Fica um cheirinho:

Mas, se desejas possuir o amor, procura apenas em ti mesmo, pois é a ti mesmo que tens de encontrar.

Evangelho segundo S. Lucas 18,1-8.


Depois, disse-lhes uma parábola sobre a obrigação de orar sempre, sem desfalecer: «Em certa cidade, havia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens. Naquela cidade vivia também uma viúva que ia ter com ele e lhe dizia: 'Faz-me justiça contra o meu adversário.' Durante muito tempo, o juiz recusou-se a atendê-la; mas, um dia, disse consigo: 'Embora eu não tema a Deus nem respeite os homens, contudo, já que esta viúva me incomoda, vou fazer-lhe justiça, para que me deixe de vez e não volte a importunar-me.'» E o Senhor continuou: «Reparai no que diz este juiz iníquo. E Deus não fará justiça aos seus eleitos, que a Ele clamam dia e noite, e há-de fazê-los esperar? Eu vos digo que lhes vai fazer justiça prontamente. Mas, quando o Filho do Homem voltar, encontrará a fé sobre a terra?»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

S. Siluane (1866-1938), monge ortodoxo
Escritos

"Rezar sempre, sem se desencorajar"


Passei a minha vida rodeado pelo bem e pelos pecados e, ao longo do meu sexagésimo ano, reconheci a força que o hábito tem. A alma e a inteligência podem também adquirir hábitos. E o homem faz aquilo a que está habituado. Se está habituado ao pecado, será constantemente atraído pelo pecado e os demónios levá-lo-ão a isso; mas, se tem o hábito do bem, Deus assisti-lo-á com a sua graça.

Se ganhares o hábito de rezar sem cessar, de amar o teu próximo e de chorar pelo mundo inteiro durante a tua oração, a tua alma será atraída para a oração, para as lágrimas e para o amor. E, se te habituares a dar esmolas, a ser obediente, a estar aberto aos conselhos do teu confessor, agirás constantemente desse modo e encontrarás assim a paz em Deus.
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Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África) e doutor da Igreja
Sermão 32: sobre o Salmo 149

“Ser rico aos olhos de Deus”


Irmãos, examinai pois com atenção a vossa morada interior, abri os olhos e apreciai o vosso capital de amor, e depois aumentai a soma que tiverdes descoberto em vós. E guardai esse tesouro, a fim de serdes ricos interiormente. Chamam-se caros os bens que têm um preço elevado, e com razão. […] Mas que coisa há mais cara do que o amor, meus irmãos? Em vossa opinião, que preço tem ele? E como pagá-lo? O preço de uma terra, o preço do trigo, é a prata; o preço de uma pérola é o ouro; mas o preço do amor és tu mesmo. Se queres comprar um campo, uma jóia, um animal, procuras em teu redor os fundos necessários para isso. Mas, se desejas possuir o amor, procura apenas em ti mesmo, pois é a ti mesmo que tens de encontrar.

Que receias ao dar-te? Receias perder-te? Pelo contrário, é recusando-te a dar-te que te perdes. O próprio Amor exprime-se pela boca da Sabedoria e apazigua com uma palavra a desordem que em ti lançava a expressão: “Dá-te a ti mesmo!” Se alguém quisesse vender-te um terreno, dir-te-ia: “Dá-me prata”; ou, se quisesse vender-te outra coisa qualquer: “Dá-me dinheiro”. Pois escuta o que diz o Amor, pela boca da Sabedoria: “Meu filho, dá-me o teu coração” (Prov 23, 26). O teu coração sofria quando estava em ti; eras presa de futilidades, ou mesmo de más paixões. Afasta-te delas! Para onde hás-de levá-lo? A quem o hás-de oferecer? “Meu filho, dá-me o teu coração”, diz a Sabedoria. Se ele for Meu, já não te perderás. […]

“Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento” (Mt 22, 37). […] Quem te criou quer-te todo para Si.

sexta-feira, outubro 19, 2007

Calma

Bom dia peregrinos da vida real!

Em primeiro lugar, tenho de dizer:

GRANDE REUNIÂO! GRANDE REFRESH!!!

Ontem, antes de me deitar, estive a pensar na reunião, na peregrinação e lembrei-me das conversas que tinha tido antes de ir. Sobre como, apesar de querer e fazer todo o sentido ir à peregrinação "da" Tia Pipos, se calhar se podia combinar uma com os velhotes como eu, por estarmos todos, mais coisa menos coisa, na mesma fase de vida, com semelhante experiência de vida e com as mesma dúvidas e inquietações da alma.

Nada disso.

No segundo em que comecei a minha peregrinação, que foi na noite em que chegámos e que todo o meu ano, não de afastamento, mas de preguiça, comodismo e fraquezas, me olhou na cara e disse: Vá, e agora? Continuas comigo ou dizes SIM? Nesse segundo eu senti-me verdadeiramente pequenina, sem saber sequer o tema.

Nesse segundo, deixou de haver idades, experiência ou sapiência, éramos todos uns pequeninos à procura da mão de Deus.

E foi, sem qualquer dúvida, a melhor peregrinação que já fui. Em 3 ou 4 dias fui pequena, adolescente e adulta na minha fé, para poder ser o mais pequena que conseguir. E agradeço a estes fantásticos peregrinos que continuam a mostrar-me como 28 anos não interessam mais que 2, 10 ou 18, o nosso tempo, é o tempo de Deus ou, por outra, temos de estar sempre conscientes de que queremos muita coisa (e sempre para ontem), mas que Deus nos dará o que precisamos, quando precisarmos, mesmo que não seja sempre o queremos, na altura em que o queremos.

Hoje.

Normalmente ponho só o Evangelho e/ou o Comentário, mas, mais do que o costume, a Boa Nova, a Palavra, fala-nos e complementa tudo o que falámos ontem.

Boa leitura!

Hoje a Igreja celebra : S. Paulo da Cruz,presbítero, penitente, +1775, S. Pedro de Alcântara, religioso, +1562


Santo Inácio de Loyola : «Não receeis»

Carta aos Romanos 4,1-8.

Que havemos de dizer de Abraão, nosso antepassado segundo a carne? Que obteve ele afinal? É que, se Abraão foi justificado por causa das obras, tem um motivo para se poder gloriar, mas não diante de Deus. Que diz, de facto, a Escritura? Que Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe atribuído à conta de justiça. Ora bem, àquele que realiza obras, o salário não lhe é atribuído como oferta, mas como dívida. Aquele, porém, que não realiza qualquer obra, mas acredita naquele que justifica o ímpio, a esse a sua fé é-lhe atribuída como justiça. Aliás é assim que David celebra a felicidade do homem a quem Deus atribui a justiça independentemente das obras: Felizes aqueles a quem foram perdoados os delitos e a quem foram cobertos os pecados! Feliz o homem a quem o Senhor não tem em conta o pecado!


Livro de Salmos 32(31),1-2.5.11.

Feliz aquele a quem é perdoada a culpa e absolvido o pecado.
Feliz o homem a quem o SENHOR não acusa de iniquidade e em cujo espírito não há engano.
Confessei-te o meu pecado e não escondi a minha culpa; disse: «Confessarei ao SENHOR a minha falta»; e Tu me perdoaste a culpa do pecado.
Alegrai-vos, justos, e regozijai-vos no SENHOR; exultai todos vós, que sois rectos de coração!

A partir do momento em que nos confessamos, de maneira consciente e reflectida, não começamos do princípio, começamos do ponto em que estamos, com a força do perdão que recebemos e a confiança de Deus em nós.

Evangelho segundo S. Lucas 12,1-7.

Entretanto, a multidão tinha-se reunido; eram milhares, a ponto de se pisarem uns aos outros. Jesus começou a dizer primeiramente aos seus discípulos: «Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Nada há encoberto que não venha a descobrir-se, nem oculto que não venha a conhecer-se. Porque tudo quanto tiverdes dito nas trevas há-de ouvir-se em plena luz, e o que tiverdes dito ao ouvido, em lugares retirados, será proclamado sobre os terraços. Digo-vos a vós, meus amigos: Não temais os que matam o corpo e, depois, nada mais podem fazer. Vou mostrar-vos a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem o poder de lançar na Geena. Sim, Eu vo-lo digo, a esse é que deveis temer. Não se vendem cinco pássaros por duas pequeninas moedas? Contudo, nenhum deles passa despercebido diante de Deus. Mais ainda, até os cabelos da vossa cabeça estão contados. Não temais: valeis mais do que muitos pássaros.


Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santo Inácio de Loyola (O Tomai Senhor é a oração de Sto. Inácio de Loyola) (1491-1556), fundador dos Jesuítas
Carta de 17/11/1555

«Não receeis»


Parece-me que deveríeis decidir-vos a fazer calmamente o que podeis. Não vos inquieteis com tudo o resto, mas deixai nas mãos da divina Providência o que não podeis cumprir por vós mesmos. São agradáveis a Deus a solicitude e o cuidado que, com razoabilidade, pomos nas tarefas que nos cumprem, para conseguirmos concretizá-las da melhor maneira. Não lhe são agradáveis a ansiedade e a inquietação do espírito: o Senhor quer que os nossos limites e fraquezas encontrem apoio na sua fortaleza e omnipotência, quer que tenhamos confiança em que a sua bondade suprirá à imperfeição dos nossos meios.

Os que se ocupam com muitos assuntos, mesmo se com boas intenções o fazem, devem resolver-se a fazer apenas o que está ao seu alcance. Se tivermos de deixar de lado certas coisas, há que ter paciência, e não pensar que Deus espera de nós o que não podemos fazer. Ele não quer que o homem se atormente com as próprias limitações humanas; não é preciso cansarmo-nos excessivamente. Quando de facto nos esforçámos por dar o melhor de nós, podemos deixar o resto nas mãos d’Aquele que tem o poder de realizar tudo o que quer.

Que a bondade divina nos comunique sempre a luz da sabedoria, para que possamos ver com clareza e realizar os seus bons desejos com profunda convicção, em nós e nos outros […], para que das suas mãos aceitemos o que nos envia, considerando o que é de maior importância: a paciência, a humildade, a obediência e a caridade.

quinta-feira, outubro 18, 2007

Reunião hoje! - "Deixai vir a mim os pequeninos, pois deles é o Reino dos Céus"

Olá peregrinos!

Não esquecer, hoje reunião Refresh Peri.

Parem um bocadinho durante o dia para fazer o balanço do que foi e como têm vivido no dia-a-dia "normal" o ser Pequenino, para Deus, para Mim e para os Outros, como é ser pequenino Hoje, difícil?

Até logo!

P.S. Quem quiser ir de comboio é mesmo ao pé da estação.

Evangelho segundo S. Lucas 10,1-9.

Depois disto, o Senhor designou outros setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois, à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. Disse-lhes: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe. Ide! Envio-vos como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem alforge, nem sandálias; e não vos detenhais a saudar ninguém pelo caminho. Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: 'A paz esteja nesta casa!' E, se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós. Ficai nessa casa, comendo e bebendo do que lá houver, pois o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei do que vos for servido, curai os doentes que nela houver e dizei-lhes: 'O Reino de Deus já está próximo de vós.'


quarta-feira, outubro 17, 2007

A verdadeira humildade do coração.

Não esquecer! Amanhã reunião.

Pensem na peregrinação e façam o balanço.

- O que mudou
- O que descobri sobre ser pequeno
- Como tenho posto em prática no dia-a-dia
- O que tenho rezado...

Até amanhã.

São [Padre] Pio de Pietrelcina (1887-1968), capuchinho

AP; CE 47

“Malditos vós, os fariseus, que gostais dos primeiros lugares nas sinagogas e de que os homens vos saúdem nas praças públicas”


A verdadeira humildade do coração é mais sentida e vivida do que exteriorizada. É certo que devemos mostrar-nos sempre humildes na presença de Deus, mas não com a falsa humildade que conduz ao desencorajamento, ao esmagamento e ao desespero. Temos de ter má impressão de nós mesmos, não colocar os nossos interesses à frente dos interesses dos outros, considerar-nos inferiores ao nosso próximo.

Se precisamos de paciência para suportar as misérias dos outros, de mais paciência precisamos ainda para aprendermos a suportar-nos a nós mesmos. Perante as infidelidades quotidianas, não cesses de fazer actos de humildade. Quando o Senhor te vir assim arrependido, estender-te-á a Sua mão e atrair-te-á a Si.

Neste mundo, ninguém merece coisa alguma; é o Senhor quem nos concede tudo, por pura benevolência e porque, na Sua bondade infinita, nos perdoa tudo.

terça-feira, outubro 16, 2007

Reunião Peri Refresh 5ª feira, 20h

Bom dia peregrinos!

Quinta-feira, às 20h, reunião em minha casa, Caxias.
Dúvidas, boleias e CONFIRMAÇÕES enviar e-mail para 12e30peregrinos@gmail.com

Levar acompanhamento, bebidas ou sobremesa.

Até quinta!!!


Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita, Doutora da Igreja
Caminho de Perfeção, cap. 28

“Aquele que fez o exterior não fez também o interior?”

Se eu tivesse compreendido como compreendo agora que tão grande Rei habita neste pequeno palácio da minha alma, parece-me que não O teria deixado sozinho tantas vezes. Ter-me-ia apresentado, pelo menos de vez em quando, à Sua presença, e sobretudo teria tido o cuidado de conseguir que o Seu palácio estivesse menos sujo. Que coisa admirável! Aquele que, com a Sua grandeza, encheria mil mundos e muito mais, fechar-Se em habitação tão pequena! Por um lado, é verdade que, sendo o soberano Senhor, traz consigo a liberdade; e, por outro, que, estando cheio de amor por nós, Se faz à nossa medida!

Bem ciente de que uma alma principiante poderia perturbar-se ao ver-se – sendo tão pequena – destinada a conter tanta grandeza, não Se dá a conhecer imediatamente; a pouco e pouco, contudo, vai-lhe aumentando a capacidade, à medida dos dons que Se propõe colocar nela. É o poder que Ele tem de aumentar este palácio da nossa alma que me leva a dizer que traz consigo a liberdade. O essencial é fazer desse palácio um dom absoluto, esvaziando-o por completo, a fim de que Ele possa adorná-lo e desadorná-lo a Seu bel-prazer, como se de uma morada Sua se tratasse. Nosso Senhor tem razão em querer que assim seja; não lho recusemos, pois. Ele não pretende forçar a nossa vontade, antes recebe o que ela Lhe dá. Mas só se dá por inteiro quando nós também nos damos por inteiro.

É certo que é assim, e se vo-lo repito com tanta frequência é porque se trata de uma coisa muito importante. Enquanto a alma não Lhe pertencer por completo, liberta de tudo, Ele não age nela. Aliás, nem vejo bem como poderia fazê-lo, Ele que tanto ama a ordem perfeita. Se enchemos o palácio de gente comum e de todo o género de bugigangas, como poderá o Soberano encontrar lugar nele, juntamente com a Sua corte? Já é de espantar que queira deter-se uns momentos no meio de tantos obstáculos.

domingo, outubro 14, 2007

Maria ensina-nos a ouvir.


S. Bernardo (1091-1153), monge de Cister e doutor da Igreja

“Felizes os que escutam a palavra de Deus e a põem em prática”
Maria era muito reservada; nós encontramos prova disso no Evangelho. Quando é que viram que ela fosse loquaz ou cheia de presunção? Um dia, ela pôs-se à porta, desejosa de falar com o seu filho, mas não usou da sua autoridade maternal para interromper a sua pregação, nem para entrar na casa onde ele pregava. (Mc 3,13). Se tenho boa memória, os evangelistas não ouviram mais do que quatro vezes a palavra de Maria. A primeira, quando ela se dirige ao anjo; ainda assim não é mais do que uma resposta. A segunda, na sua visita a Isabel, quando, glorificada pela prima, ela preferiu glorificar o Senhor. A terceira, quando ela se queixou ao seu filho, então com a idade de doze anos, que o pai e ela própria o haviam procurado numa inquietação. A quarta, nas bodas de Cana, quando ela interpela o seu filho e os servos. Em todas as outras circunstâncias, Maria mostra-se lenta para falar, pronta para escutar, porque “ela conservava todas essas palavras no seu coração” (Lc 2,19.51). Não, vocês não encontram em parte alguma que ela tenha falado, nem mesmo do mistério da Encarnação. Pobres de nós que temos palavra fácil! Pobres de nós que derramamos toda a nossa alma, como um recipiente roto! Quantas vezes Maria ouviu o seu filho, não apenas falar em parábolas à multidão, mas na intimidade, revelar aos discípulos os segredos do Reino dos céus. Ela viu-o fazer milagres, depois suspenso na cruz, expirando, ressuscitado, e subindo ao céu. Quantas vezes se pode dizer que em todas essas circunstâncias se tenha feito ouvir a voz da Virgem?... Quanto maior Maria é, mais ela se humilha não apenas em tudo, mas mais que todos.

quinta-feira, outubro 11, 2007

É por Lhe rezarmos, Lhe suplicarmos e por O amarmos que Ele quer dar-nos a vida eterna.

Rezar... Amar.

quarta-feira, outubro 10, 2007

Uma GRANDE ajuda para continuarmos PEQUENINOS

Bom dia peregrinos!

Grande Deus que não nos deixa cair nesta quarta-feira! Dúvidas, distância... Como é que eu continuo?

Como rezo e Te sinto a meu lado?

Eis a resposta:

Evangelho segundo S. Lucas 11,1-4.

Sucedeu que Jesus estava algures a orar. Quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João também ensinou os seus discípulos.» Disse-lhes Ele: «Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; dá-nos o nosso pão de cada dia; perdoa os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixes cair em tentação.»

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por : São Siluane (1866-1938), monge ortodoxo Escritos

«Ensina-nos a rezar»


Se queres rezar com o espírito unido ao coração e não o consegues, reza com os lábios e concentra o espírito nas palavras da oração, como é dito na Escada santa [de S. João Clímaco]. Com o tempo, o Senhor dar-te-á a graça da “oração do coração”, conseguirás não te distrair, e rezarás com facilidade. Alguns, no trabalho da oração, tendo forçado a inteligência a descer ao coração, subverteram-no a tal ponto que já nem conseguiam pronunciar a oração com os lábios. Mas, tu, tens de conhecer a lei da vida espiritual: os dons só são concedidos às almas simples, humildes e obedientes (PEQUENINOS). Àquele que em tudo for obediente e sóbrio – em alimento, em palavras e em gestos – o Senhor concederá a oração, ela far-se-á com facilidade no seu coração.

A oração incessante procede do amor, mas perdemo-la com os julgamentos, com as palavras vãs e com a intemperança. Aquele que ama a Deus pode pensar n’Ele dia e noite, porque ocupação alguma nos pode impedir de amar a Deus. Os apóstolos amavam o Senhor sem que as coisas do mundo os perturbassem, e no entanto lembravam-se do mundo, rezavam por ele e dedicavam-se à pregação (TRABALHO, ESCOLA,...). Foi dito a Santo Arsénio, em contrapartida: «Foge dos homens». Mas o Espírito divino ensina-nos, até no deserto, a rezar pelos homens e pelo mundo inteiro.

P.S. Podem ler o Evangelho do dia no Quase Santos (link na coluna Outras folhas, do lado direito)

terça-feira, outubro 09, 2007

Passo a passo...

E então peregrinos, já está difícil?

Acordam de manhã e pensam:

- Onde está o meu saco-cama?
- Ninguém ressonou hoje...
- Não cheira a chulé.

- Ah... pois é, já voltei.

- Como é que eu continuo a caminhada?

Pois é. Estes dois dias de realidade, parecem 2 semanas. E como é que podemos continuar com a alegria e leveza com que estávamos no nosso caminho para Fátima? Como conseguir ser pequenos para os outros hoje, sendo sempre pequeno para Deus, como aprendemos e experimentámos na peregrinação?

Eu, no pouco que sei, acho que, em primeiro lugar, há que lembrar sempre que Fátima não foi o fim, mas o princípio da caminhada, como já se disse. REZAR. REZAR. Rezar! É mesmo importante. Sozinho eu não posso mais! Temos de pedir a mão a Deus, falar com Ele e a rezar é a melhor maneira de o sentirmos perto, de sentir Aquele abraço. E mais, o pequeno ou grande esforço que fazemos para parar e rezar é um exercício que fazemos para todos os pequenos e grandes esforços que nos esperam no dia-a-dia. E é crucial parar. Não podemos esperar pela peregrinação para o fazer, tem de ser diariamente.

Para continuar a ser pequenos... cantar. Desde Domingo que oiço o nosso cd velhinho, ou Simplus, oiço e sinto. Oiço e peço para que o nosso cd se despache a sair que eu quero Contar as estrelas do céu e dizer ao Pai que é o meu melhor amigo! Mas ajuda imenso.

Para além disso tudo, temos as chapas brutais que o nosso querido Zé Escuteiro tirou e digo-vos, estive na Peri outra vez só de as ver!

E temo-nos a nós! Temos este grupo de pequeninos que se distrairam a querer ser grandes e agora, que nos lembrámos do bom que é o colinho de Deus e Nossa Senhora, não queremos outra coisa! E sabemos que, como crianças, precisamos dos Pais para nos ajudarem no caminho.

Por isso peregrinos pequeninos, bora lá continuar a viagem. Não nos esquecendo de pedir ajuda, força e de agradecer.

E não nos esqueçamos de quem nos apanhou e puxou e puxa sempre e leva A Caminho do Céu!



P.S. Podem ler o Evangelho do dia no Quase Santos (link na coluna Outras folhas, do lado direito)

segunda-feira, outubro 08, 2007

Chegámos!

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Estamos de volta!

Preparados para começar a andar?

Agora é que começa. SIM!

Vá, a caminho!!!