terça-feira, novembro 21, 2006

Até breve...



Por motivos de falecimento deste blog retomaremos aquando da sua ressurreição por Caminhos de Santiago.

quarta-feira, novembro 15, 2006

Idealmente...



Estou um bocadinho saturada de toda a conversa sobre o aborto. Nem é tanto pela quantidade, mas por achar que nem devia ser preciso discuti-lo.

Escrevi isto como comentário a um blog e achei que podia pô-lo aqui e dar a conhecer a minha opinião (mais uma...).


Cada um sabe de si...

Cada um acredita no que quer e faz o que quer, desde que lhe seja possível e, idealmente, sem interferir na "vontade" e liberdade dos outros. Idealmente.

Há quem não precise de guidelines, há quem não dispense.

Cada um sabe de si.

Nesta questão do aborto, era bom que não fosse preciso perder tanto tempo com o assunto. Que cada um soubesse de si e fizesse as coisas com juizinho e cabecinha. Que cada um, para si, pensasse se quer um filho deficiente, pensasse que um filho não são só fraldas, que um filho precisa de dinheiro para ser criado, mas, mais importante, que pense que precisa dos pais, da estabilidade e segurança (e consequente confiança) que a presença e amor dos pais lhe dá.

Na religião católica, e falo desta porque é a que conheço melhor, temos um exemplo do que é um amor constante. Um amor que não nos abandona e que nos perdoa. Se calhar, por isso, para os mais in touch, é tão difícil conceber que não se conceba propositadamente.

Mas há que não descontextualizar e rever um bocadinho o que se diz, em todas as religiões e movimentos, sobre o ANTES.

EU acho que o problema do aborto não começa na gravidez. Começa na mãe e no pai, da mãe e do pai que não o querem ser.
Começa numa interrupção da infância.
Começa por uma má formação.
Acaba por falta de amor.

Idealmente, não seria preciso discutir isto...

Idealmente seríamos todos felizes...

É assim que o Espírito do Senhor ensina os seus caminhos.

Achei lindo...

"Lançou-se aos pés de Jesus, com a face em terra, e agradeceu-lhe"

Piscarias, by AVP



Cristo está perto de mim: adiro a ele e ele abraça-me. Eu não teria sabido amar o Senhor se ele mesmo não me tivesse amado primeiro. Quem pode compreender o amor, senão aquele que ama? Eu abraço o amado e a minha alma acolhe-o e, lá onde ele repousa, aí eu me quedo. Não serei mais um estrangeiro para ele porque não há ódio no Senhor. Estou ligado a ele como a amante que encontrou o amado.

Porque amo o Filho, tornar-me-ei filho. Sim ,eu adiro àquele que não morre, que não morrerá. Aquele que se compraz na Vida, permanecerá também ele vivo. É assim que, sem falsidade, o Espírito do Senhor ensina os homens a conhecerem os seus caminhos.
Odes de Salomão (texto cristão hebraico do início do século II) N°2

terça-feira, novembro 14, 2006

Não te gabes se serviste bem, pois fizeste o que devias fazer.

Pronto. Às vezes Deus escreve certo por linhas tortas. Outras, é preciso ler nas entrelinhas...
De vez em quando, é tão óbvio que se ouvem sirenes!...


Evangelho segundo S. Lucas 17,7-10.

«Qual de vós, tendo um servo a lavrar ou a apascentar gado, lhe dirá, quando ele regressar do campo: 'Vem cá depressa e senta-te à mesa'? Não lhe dirá antes: 'Prepara-me o jantar e cinge-te para me servires, enquanto eu como e bebo; depois, comerás e beberás tu'? Deve estar grato ao servo por ter feito o que lhe mandou? Assim, também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: 'Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.'»

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão e doutor da Igreja
Sobre o Evangelho de S. Lucas 8, 31-32




Somos uns servidores inúteis


Que ninguém se vanglorie do que faz, pois que é em simples justiça que devemos o nosso serviço ao Senhor... Enquanto vivermos, devemos sempre trabalhar para o nosso Senhor. Reconhece pois que és um servidor preso a um grande número de serviços. Não te envaideças de ser chamado « filho de Deus» (1Jo, 3,1): reconheçamos esta graça, mas não esqueçamos a nossa natureza. Não te gabes se serviste bem, pois fizeste o que devias fazer. O sol desempenha o seu papel, a lua obedece, os anjos fazem o seu serviço. S. Paulo, « o instrumento escolhido pelo Senhor para os pagãos» (Act, 9, 15), escreve: « Eu não mereço o nome de apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus» (Co 15,9). E se algures ele mostra que não tem consciência de nenhuma falta, acrescenta, de seguida: «Mas nem por isso estou justificado» (1Co, 4,4). Nós também, não pretendamos ser louvados por nós próprios, não antecipemos o julgamento de Deus.

segunda-feira, novembro 13, 2006

«Aumenta a nossa fé.»

Evangelho segundo S. Lucas 17,1-6.

Disse, depois, aos discípulos: «É inevitável que haja escândalos; mas ai daquele que os causa! Melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma pedra de moinho e o lançassem ao mar, do que escandalizar um só destes pequeninos. Tende cuidado convosco! Se o teu irmão te ofender, repreende-o; e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se te ofender sete vezes ao dia e sete vezes te vier dizer: 'Arrependo-me', perdoa-lhe.» Os Apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta a nossa fé.» O Senhor respondeu: «Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a essa amoreira: 'Arranca-te daí e planta-te no mar', e ela havia de obedecer-vos.»


Da Bíblia Sagrada


O Evangelho de hoje fala de duas coisas muito importantes: Arrependimento e Perdão.

Fala também de repreender o outro... É fácil, no high do amor, Perdoar, só. Mas aqui Jesus fala-nos de repreender o outro. De o fazermos "responsabilizar-se" dos seus actos. Provavelmente, para um arrependimento sério, reflectido... em vez de ser apenas sentido.

Não sei o que custa mais. Perdoar ou Repreender. Perdoar faz-nos sentir bem, por estarmos a amar o outro. Repreender implica enfrentar... e "bater no ceguinho"... Custa mais.

Dá-me olhos de amor. Ouvidos de amor.
Ouvi no outro dia, num casamento, o Sr. Padre dizer que, numa discussão, em vez de dizer coisas só para ficar por cima ou calarmo-nos, que devíamos amar o outro e, mesmo que tivéssemos de esperar um bocadinho para acalmar os ânimos, que devíamos falar, discutir, mas amando.


Vem de Deus um amor tão forte, tão sempre, que é preciso deixá-lo fluir, deixar a "torneira" aberta para influenciar tudo o que fazemos. A forma como olhamos para as pessoas, como as ouvimos, como as amamos. Se tivermos sempre presente que o Amor de Deus é infinito e que nos ama sempre, no matter what, acho que é três quartos de caminho andado para amarmos assim os outros e a nós.

"Aumenta a nossa fé!"

"Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a essa amoreira: 'Arranca-te daí e planta-te no mar', e ela havia de obedecer-vos."

(A minha passagem preferida da Bíblia...)

Nota: Francisco F. Sousa, já viste qual é a Primeira Leitura de hoje? Vai ao QuaseSantos.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Pensamento do dia:




Para que o mal prospere
basta que os de bem não façam nada.

terça-feira, novembro 07, 2006

A felicidade exige valentia. - Fernando Pessoa

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas,
não me esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo,
e posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas
e se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si,
mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."



Fernando Pessoa - 70º aniversário da sua morte





O Reino só está fechado a quem dele se excluir pela sua própria palavra.


Evangelho segundo S. Lucas 14,15-24.

Ouvindo isto, um dos convidados disse-lhe: «Feliz o que comer no banquete do Reino de Deus!» Ele respondeu-lhe: «Certo homem ia dar um grande banquete e fez muitos convites. À hora do banquete, mandou o seu servo dizer aos convidados: 'Vinde, já está tudo pronto.' Mas todos, unanimemente, começaram a esquivar-se. O primeiro disse: 'Comprei um terreno e preciso de ir vê-lo; peço-te que me dispenses.' Outro disse: 'Comprei cinco juntas de bois e tenho de ir experimentá-las; peço-te que me dispenses.' E outro disse: 'Casei-me e, por isso, não posso ir.' O servo regressou e comunicou isto ao seu senhor. Então, o dono da casa, irritado, disse ao servo: 'Sai imediatamente às praças e às ruas da cidade e traz para aqui os pobres, os estropiados, os cegos e os coxos.' O servo voltou e disse-lhe: Senhor, está feito o que determinaste, e ainda há lugar.' E o senhor disse ao servo: 'Sai pelos caminhos e azinhagas e obriga-os a entrar, para que a minha casa fique cheia.' Pois digo-vos que nenhum daqueles que foram convidados provará do meu banquete.»

Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão e doutor da Igreja
Tratado sobre o Evangelho de S. Lucas, 7



“Obriga-os a entrar, para que a Minha casa se encha”


Os convidados desculpam-se, mas o Reino só está fechado a quem dele se excluir pela sua própria palavra. Na sua clemência, o Senhor a todos convida; é a nossa cobardia, é o nosso descaminho, que dele nos afastam. Aquele que prefere comprar uma propriedade é estranho ao Reino; no tempo de Noé, compradores e vendedores foram engolidos pelo dilúvio (Lc 17, 28). […] O mesmo acontece àquele que se desculpa porque se casou, pois está escrito: “Se alguém vem ter comigo e não aborrece a seu pai, mãe, esposa […], não pode ser Meu discípulo” (Lc 14, 26).

Assim, após receber o desdém orgulhoso dos ricos, Cristo voltou-Se para os pagãos; chama bons e maus, para fazer crescer os bons, para melhorar as disposições dos maus. […] Convida os pobres, os doentes, os cegos, o que mostra que nenhuma enfermidade física afasta ninguém do Reino, e que a enfermidade dos pecados é sarada pela misericórdia do Senhor. […]

Manda, pois, procurá-los aos caminhos, porque “a Sabedoria clama nas ruas” (Prov 1, 20). Manda procurá-los às praças, dizendo aos pecadores que abandonem as vias espaçosas e tomem o caminho estreito que conduz à vida (Mt 7, 13). Manda buscá-los às estradas e aos valados, porque os mais capazes de chegar ao Reino dos Céus são aqueles que, sem se deixarem deter pelos bens presentes, se apressam a ir atrás dos futuros, tendo tomado a via da boa vontade […], opondo a muralha da fé às tentações do pecado.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Nada façais por ambição, nem vaidade; mas, não tendo cada um em mira os próprios interesses, mas todos e cada um exactamente os interesses dos outros.

... faz pensar.


Carta aos Filipenses 2,1-4.

Se tem algum valor uma exortação em nome de Cristo, ou um conforto afectuoso, ou uma solidariedade no Espírito, ou algum afecto e compaixão, então fazei com que seja completa a minha alegria: procurai ter os mesmos sentimentos, assumindo o mesmo amor, unidos numa só alma, tendo um só sentimento; nada façais por ambição, nem por vaidade; mas, com humildade, considerai os outros superiores a vós próprios, não tendo cada um em mira os próprios interesses, mas todos e cada um exactamente os interesses dos outros.


Evangelho segundo S. Lucas 14,12-14.

Disse, depois, a quem o tinha convidado: «Quando deres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem os teus vizinhos ricos; não vão eles também convidar-te, por sua vez, e assim retribuir-te. Quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. E serás feliz por eles não terem com que te retribuir; ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos.»

Da Bíblia Sagrada

quinta-feira, novembro 02, 2006

Morreu para nos libertar do pecado. Vivemos sem pecado (?)

Carta aos Romanos 6,3-9.

Ou ignorais que todos nós, que fomos baptizados em Cristo Jesus, fomos baptizados na sua morte? Pelo Baptismo fomos, pois, sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova. De facto, se estamos integrados nele por uma morte idêntica à sua, também o estaremos pela sua ressurreição. É isto o que devemos saber: o homem velho que havia em nós foi crucificado com Ele, para que fosse destruído o corpo pertencente ao pecado; e assim não somos mais escravos do pecado. É que quem está morto está justificado do pecado. Mas, se morremos com Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos. Sabemos que Cristo, ressuscitado de entre os mortos, já não morrerá; a morte não tem mais domínio sobre Ele.